Você recentemente fez uma cirurgia ortognática e agora está se perguntando: Preciso remover as placas e parafusos depois da cirurgia ortognatica? Essa é uma dúvida comum, e entender a necessidade ou não de remoção, é fundamental para um pós-operatório tranquilo.
A cirurgia ortognática é realizada para corrigir problemas relacionados à má oclusão dentofacial, proporcionando assim, uma harmonia estética e funcional ao sorriso. Durante o procedimento, são utilizadas placas e parafusos para fixar os ossos, permitindo portanto, a cicatrização adequada.
Mas será que essas estruturas devem ser removidas posteriormente? A resposta pode variar de acordo com o caso e a opinião do cirurgião. Alguns especialistas acreditam que, se as placas e parafusos não estiverem causando desconforto ou complicações, não há necessidade de removê-los, porém, em outros casos, a retirada pode ser recomendada em situações específicas, como, inflamação na região das placas, ou pelo próprio querer do paciente.
É importante ressaltar que apenas um especialista, pode determinar, se a remoção é ou não necessária no seu caso específico. Portanto, marque uma consulta com o seu cirurgião para discutir as divergências de condutas e suas justificativas, quanto à remoção ou não dessa aparatologia após a reparação óssea.
Introdução à cirurgia ortognática
A cirurgia ortognatica é um procedimento cirúrgico que em combinação com o tratamento ortodôntico, visa a correção, principalmente, de deformidades maxilares, deformidades mandibulares, e das más oclusões dentárias.
Ela é realizada por um cirurgião buco maxilo facial, sob anestesia geral, e por fim, demora em torno de 3 horas para ser concluído.
O procedimento é feito por dentro da boca. Primeiro, realiza-se o reposicionamento da mandíbula, e, em seguida, parte para a fixação da mandíbula, por meio de pequenos parafusos ou placas por dentro da gengiva.
No entanto, é um procedimento que não causa dores no pós operatório. Em suma, o inchaço é o maior desconforto.
O que são placas e parafusos na cirurgia ortognática?
As placas e os parafusos são comumente usados na cirurgia ortognática como dispositivos de fixação interna. Essas placas de titânio, são projetadas para proporcionar estabilidade e suporte aos ossos reposicionados. As placas são moldadas para se adaptarem aos contornos do osso maxilar, enquanto os parafusos fixam as placas firmemente no lugar.
As placas e os parafusos usados na cirurgia ortognática são projetados especificamente para serem biocompatíveis, ou seja, significa que são bem tolerados pelo corpo e não causam reações adversas. Acima de tudo, elas são duráveis e capazes de suportar as forças exercidas sobre a mandíbula durante a função oral normal.
Finalidade das placas e parafusos na cirurgia ortognática
O principal objetivo do uso de placas e parafusos na cirurgia ortognática é estabilizar os ossos reposicionados, promovendo assim, a cicatrização adequada. Ao manter os ossos em suas novas posições, as placas e os parafusos permitem a formação de novo tecido ósseo, garantindo, portanto uma estrutura estável e funcional da mandíbula.
Além disso, o uso de placas e parafusos minimiza a necessidade de imobilização prolongada da mandíbula, reduzindo o risco de complicações, como atrofia muscular e distúrbios da articulação temporomandibular (ATM). O mais importante, é que esses dispositivos de fixação interna, proporcionam estabilidade imediata, permitindo assim, que os pacientes retomem a função oral normal e iniciem o processo de cicatrização com mais conforto.
Após 6 meses de cirurgia ortognática, é possível a remoção das placa e parafusos sem prejuízos ao resultado da cirurgia.
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Fatores a serem considerados na decisão de: Preciso remover as placas e parafusos depois da cirurgia ortognatica?
A decisão de remover placas e parafusos após a cirurgia ortognática não é uma solução única para todos, pois vários fatores precisam ser considerados antes de tomar essa decisão. Em suma, é essencial consultar seu cirurgião bucomaxilofacial, que avaliará seu caso específico e fornecerá recomendações personalizadas.https://www.institutomaxilofacial.com.br/2023/07/26/cirurgia-ortognatica-dr-rodrigo-fromer/
Um fator crucial a ser considerado é a estabilidade e a cicatrização dos ossos da mandíbula. Normalmente, as placas e os parafusos são deixados no local até que os ossos estejam totalmente cicatrizados e tenham alcançado estabilidade suficiente. A remoção dos implantes muito cedo pode prejudicar o processo de cicatrização e resultar em complicações ou recidiva da condição original.
Outro fator a ser considerado, é que, se as placas e parafusos não estiverem causando desconforto ou complicações, não há necessidade de removê-las. Porém, em outros casos, a retirada pode ser recomendada em situações específicas, como, inflamação na região das placas, ou pelo próprio querer do paciente.
Prós e contra sobre a remoção de placas e parafusos após a cirurgia ortognática
A remoção das placas e dos parafusos após a cirurgia ortognática pode oferecer benefícios para pacientes, cujas principais justificativas para necessidade de uma segunda intervenção cirúrgica, são:
- Palpabilidade
- Sensibilidade térmica,
- Infecção,
- Exposição da placa
- O uso em pacientes em fase de crescimento
Sabe-se que as miniplacas e os parafusos de titanio são biocompativeis, portanto, não afetam, a curto e nem a longo prazo, que seja local ou sistemicamente
Além disso, tomar como rotina em um serviço de cirurgia buco-maxilo-facial a remoção de todo material de FIR, após a reparação óssea, pode tornar-se bastante oneroso. Em nosso país, onde se encontram dificuldades para autorização deste material, um contra senso uma segunda intervenção cirurgica para remocação destes, sem justificativa correta e palpável.
Riscos e complicações da remoção de placas e parafusos
Como em qualquer procedimento cirúrgico, a remoção de placas e apresenta riscos e possíveis complicações. Isso pode incluir infecção, sangramento, por exemplo. É importante que você discuta todos os riscos e benefícios da cirurgia ortognática com seu cirurgião antes de tomar uma decisão.
Processo de recuperação após a remoção de placas e parafusos
O processo de recuperação após a remoção das placas e parafusos é bem mais tranquilo do que o período de recuperação inicial após a cirurgia ortognática. Os pacientes podem esperar algum inchaço e desconforto, no período pós-operatório imediato. Medicamentos para dor e uma dieta leve podem ser prescritos para controlar esses sintomas.
É essencial seguir as instruções pós-operatórias fornecidas pelo cirurgião para garantir a cicatrização adequada e minimizar o risco de complicações. O paciente pode ser aconselhado a evitar atividades físicas extenuantes, comer alimentos macios ou líquidos e praticar uma boa higiene bucal durante o período de recuperação.
Consultas regulares de acompanhamento com o cirurgião serão agendadas para monitorar o processo de cicatrização. A duração do período de recuperação varia de acordo com o indivíduo e do caso, mas tende ser pequeno.
Alternativas à remoção de placas e parafusos
Sabe-se, que não existe comprovação cientifica, que justifique a remoção rotineira, das placas e parafusos usados na fixação da maxila e mandíbula, no procedimento cirurgia ortognática, portanto se as placas e parafusos não estiverem causando desconforto ou complicações, não há necessidade de removê-las.
Se o desconforto ou as complicações estiverem relacionados à presença de infecção ou irritação, as opções de tratamento adequadas podem ser exploradas. Isso pode envolver o uso de antibióticos, medicamentos anti-inflamatórios ou outras intervenções para controlar os sintomas. Se os sintomas persistirem, justifica a necessidade de uma segunda intervenção cirúrgica para remover as placas e parafusos.
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Estudos de caso e experiências de pacientes que foi preciso remover as placas e parafusos depois da cirurgia ortognatica?
Para fornecer mais informações sobre o assunto, vamos dar uma olhada em alguns estudos de caso e experiências de pacientes com relação à remoção de placas e parafusos após a cirurgia ortognática.
Estudo de caso 1: Maria fez uma cirurgia ortognática para corrigir sua sobremordida severa. Após o período inicial de recuperação, ela notou um desconforto e uma irritação persistentes ao redor das placas e dos parafusos. Ela consultou seu cirurgião, que recomendou a remoção do hardware. Maria foi submetida ao procedimento de remoção e sentiu um alívio significativo dos sintomas.
Estudo de caso 2: Ana fez uma cirurgia ortognática para corrigir o desalinhamento da mandíbula. Ela não teve nenhuma complicação ou desconforto com as placas e parafusos, e seu cirurgião desaconselhou a remoção dos mesmos. Ana seguiu a recomendação do cirurgião e agora está desfrutando da funcionalidade e da estética aprimoradas de sua mandíbula.
Esses estudos de caso e experiências de pacientes ilustram a natureza individual da decisão de remover placas e parafusos após a cirurgia ortognática. É importante lembrar que cada caso é único e que a decisão deve se basear em uma avaliação completa e em orientação profissional.
Conclusão – Tomando uma decisão informada quando o assunto é: Preciso remover as placas e parafusos depois da cirurgia ortognatica?
Respondendo a esse questionamento, um estudo publicado no periódico Journal of Oral and Maxillofacial Surgery avaliou a necessidade de se remover estes dispositivos. Neste estudo, os autores avaliaram todos os pacientes submetidos a cirurgias para correção de fraturas faciais no período de 2007 a 2016.
2.325 pacientes foram incluídos nesse estudo (1.890 homens, 435 mulheres). Destes,(7%) requereram remoção das placas previamente instaladas. Dos 163 removidos, 122 foram feitos por motivos sintomáticos (infecção, exposição da placa, desconforto local e necessidade de remoção para reabilitação oral com próteses ou implantes). Dos 41 removidos em quadro assintomático, as causas principais foram fatores psicológicos e religiosos.
Os autores concluíram em seu estudo que a manutenção de placas e parafusos permanentemente pode ser feita de maneira segura, sem prejuízo estético ou funcional ao paciente ao longo da vida. Entretanto, um acompanhamento minucioso pós-operatório deve ser feito para minimizar potenciais riscos.